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Engraçado, ontem ouvi de meu
marido - dia 12 de outubro, que certo colega lhe disse que
não tinha ainda comprado brinquedos para seus filhos na tão badalada e esperada
data em que se comemora o dia das crianças. O meu marido percebeu certa frustração
na carinha daquele pai e ficou intrigado com aquilo. Ao chegar à nossa casa,
comentou comigo a ocasião e se sentiu indignado pelo sofrimento do colega. Foi então que percebemos como tais datas não carregam em si a
essência da celebração, mas a avidez dos comerciantes à beira de um ataque de nervos pelo dinheiro alheio. Há tantas formas de se fazer uma
criança feliz no seu “dia”: leve-a para passear no parque, tomar um
sorvete, fazer um piquenique, jogar uma partida de futebol, brincar de esconde-esconde... Aproveite para conhecê-la melhor, unam-se aos seus filhos de
maneira saudável. Aproveitem as horas ao lado deles lendo uma estória,
comendo pipoca, algodão doce, chupando um pirulito... Ah! Mas a de ser mais fácil
comprar um presentinho, um paliativo para amenizar a culpa pela falta de tempo
que os pais não têm para com seus filhos. É menos vergonhoso se endividar a
explicar que no momento não tem condições de assumir uma nova prestação. É mais
fácil se safar da “obrigação” que para mim soa melhor “prazer” de estar com os
filhos, dando-lhes um brinquedinho que os distrairá por algum tempo, deixando
os pais mais à vontade para correrem para as suas atividades e projetos
pessoais. Depois, assistem aos noticiários de adolescentes marginalizados, criminosos
e se indignam de estes terem cometido um crime bárbaro; mas se esquecem de que os filhos foram confiscados do direito aos princípios morais, ao amor, a atenção... Será mesmo que os pais estavam "presentes" nas datas comemorativas? Ou o presente chegou primeiro que os pais? Certamente. Será que
é necessário provar ao filho um amor que lhe é incondicional, comprando-lhe uma
baboseira qualquer em uma data específica? Gostar e aferir um sentimento a alguém
agora têm datas certas para isso?! Essas datas de que nada tem a ver com o
celebrar em essência têm sido um suplício constante na vida das pessoas. Vivemos
na era do TER, TER e TER. Ter de dar uma lembrancinha no dia dos pais, das mães, dos avós, dos amigos... TER de TER dinheiro para satisfazer o ego daqueles
que esperam ser reconhecidos em “seu dia”! Acho que poucos se lembraram do dia
12 de outubro de Nossa Senhora da Aparecida, Padroeira do Brasil. Não sou
católica, mas me lembrei da comemoração litúrgica, lembrei-me da essência. E o melhor de tudo, não tive que agradar a ninguém.
- Texto de autoria: Luciana Tannus de Andrade
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