13 de jan. de 2010

O salário do pecado é a morte. E a velhice?

Quanto mais velha vou ficando, mais a minha sensibilidade se aflora. A experiência é uma aliada, embora a juventude seja a minha eterna paixão. Quisera eu voltar no tempo de minha mocidade, onde eu e meu espelho éramos grandes amigos. Hoje, quase não nos vemos, pois ele teima em refletir uma realidade que sempre nego.
Podem me chamar de materialista, superficial ou supérflua, não me importo, o que sinto é o que eu vejo e o que eu vejo não me agrada. Apesar do esforço dos amigos em me dizer que estou ótima, agradeço-lhes veementemente, por isso denomino-os, amigos.
Acho que no íntimo, todos nós temos medo de envelhecer e, como uma reles mortal, eu não seria diferente em apostar que sim: eu tenho medo de envelhecer, e daí! E não me venha dizer que quanto mais velho o vinho fica, mais saboroso ele se torna... Pode até ser... Mas, com certeza, o efeito será maior que o sabor, porque a gente bebe pra esquecer.
Muitos dizem que a velhice tem suas vantagens, eu fico me perguntando, quais?

  • A gente se torna dependente dos filhos, já não temos habilidades para fazer coisas que outrora fazíamos quase que automaticamente...
  • O valor do plano de saúde passa a ser proporcional à nossa idade avançada, subtraindo-se ainda mais benefícios que antes achávamos que tínhamos!?!?!?

Melhor seria se partíssemos dessa pra melhor, mais rápido, menos prejuízos causaríamos às cooperativas. Os benefícios diminuem, em contrapartida os hospitais são iguais às comunidades de gente famosa: LOTADO.


Uma das vantagens que acho que temos, é o fato de não enfrentarmos filas de banco e termos passe livre nos ônibus. O que vem reafirmar que, realmente, estamos ficando velhos.
Mas nota-se que no Brasil a expectativa de vida tem aumentado, ou seja, a fila de idosos nos bancos, consequentemente, vem crescendo. Dessa forma, uma vantagem a menos.
Não quero com isso demonstrar-lhes total insatisfação com a minha idade batendo à porta, mas salientar as hipocrisias de certas pessoas que não admitem o medo de envelhecer, principalmente, as mulheres que têm como o seu aliado e fiel escudeiro, Dr. Hollywood.

Atenção: não me refiro, aqui, todas as mulheres.

Eu assumo que estou ficando velha e, mais ainda, em relação às outras que podem pagar ao realizador de sonhos. Eu porém, estou ficando velha, continuo pobre e, portanto, fodida.
Mas como dizia os mais experientes: nem tudo está perdido - continuaremos a nos reunir aos domingos nos almoços de família, com um adicional, alías, com vários adicionais; muitos netinhos orientados pelos nossos filhos a dar benção à vovozinha.


E será exatamente nessa hora que a minha ficha irá cair. Os meus lindos netinhos despertarão em mim, uma nova idade velha.

Desenho extraído do site: http://www.imagem.eti.br/pioneiros_29.php
Texto de autoria: Luciana Tannus

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