20 de out. de 2012

O MEC quer, mas e o professor, será que ele está preparado para isto?

Eu me admiro com a proposta de currículo para o ensino médio que o MEC quer implantar: que as atuais treze disciplinas ministradas sejam integradas em quatro áreas do conhecimento. O que implica que “alunos da escola pública e particular terão, ao invés, de aulas específicas de biologia, física e química, atividades que integrem esses conteúdos em ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática”. A proposta é boa, não sou contra, mas eu me questiono o seguinte: como o professor irá integrar mais disciplinas à sua, se o governo não investe no profissional? Muitos não estão preparados para ministrar a própria disciplina! Não é possível um professor de Literatura agregar à sua matéria, linguística, gramática e produção textual, se o modelo de ensino médio e universitário não deu e não dá suporte técnico a esses professores formados ou que se formarão. Mudanças são bem-vindas, mas impô-las de forma arbitrária e inconsequente ao profissional, é um abuso. A mudança urge, mas urge no método de ensino retrógrado usado pelas instituições. Segundo a diretora do Departamento de Educação da Secretaria de Estado da Educação (SEED), Maria Izabel Ladeira Silva, nada impede que o professor de geografia ministre conteúdo de história e o de história de geografia e as disciplinas dialogarem entre si. Muito lindo isso, mas na prática não funciona, justamente pela deficiência educacional de nosso país. E cá entre nós: se os professores se desdobrarem em 2, será que o governo irá pagá-los em dobro? A exigência só é válida se houver bom-senso do poder público em preparar o profissional para tal reforma. O professor que se comprometa a entrar nas regras se atualizando com o mísero salário que lhe é suado, se não meu amigo; ele estará fora do mercado. Assim, fica fácil.

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